O primeiro velhinho sorri, maliciosamente.
- Um bispo e um rei. Acho que, por hoje, você está acabado.
- E você pensa que seu rei e a mísera torre são de grande valia, não?
- Uma torre ainda é mais útil do que um bispo.
- Sua prepotência me impressiona.
- E, a mim, esse orgulho de enxadrista em fim de carreira.
Seria uma cena adorável, não fosse a fúria que enraivecia os contornos das faces daqueles senhores de ar outrora gentil. O primeiro, dos olhos cor de céu, sonhadores e simpáticos; o segundo, a barba e o cabelo fartos e alvos, conferindo-lhe um ar acolhedor e sábio.
Porém, nem olhos aconchegantes ou barbas gentilmente brancas amenizariam aquelas expressões de guerra. No tabuleiro, mais do que o jogo de xadrez.
- Achei que tivesse deixado a intransigência de lado.
- Eis o seu problema: achar demais. Onde estão suas certezas?
- Amigo, há muito agüento suas grosserias. Para mim basta.
Com um pouco de dificuldade, embora ainda algum vigor físico, o senhor da longa barba levanta-se. No rosto, um lapso de decepção pelo desentendimento. Ora, e quem não se desentende hoje em dia?
- Amigo, perdão. Há muito não brigo com ninguém. Cansa ser pacífico.
- Talvez isto explique metade dos problemas do mundo – diz o segundo velhinho, sorriso de canto, voltando-se para o amigo.
O segundo velhinho coça a barba. Chegara o momento perfeito. Suspira profundamente e dá o cheque-mate:
- Sinto, amigo, que é hora de mudanças. Pois então, carteado?
- Um bispo e um rei. Acho que, por hoje, você está acabado.
- E você pensa que seu rei e a mísera torre são de grande valia, não?
- Uma torre ainda é mais útil do que um bispo.
- Sua prepotência me impressiona.
- E, a mim, esse orgulho de enxadrista em fim de carreira.
Seria uma cena adorável, não fosse a fúria que enraivecia os contornos das faces daqueles senhores de ar outrora gentil. O primeiro, dos olhos cor de céu, sonhadores e simpáticos; o segundo, a barba e o cabelo fartos e alvos, conferindo-lhe um ar acolhedor e sábio.
Porém, nem olhos aconchegantes ou barbas gentilmente brancas amenizariam aquelas expressões de guerra. No tabuleiro, mais do que o jogo de xadrez.
- Achei que tivesse deixado a intransigência de lado.
- Eis o seu problema: achar demais. Onde estão suas certezas?
- Amigo, há muito agüento suas grosserias. Para mim basta.
Com um pouco de dificuldade, embora ainda algum vigor físico, o senhor da longa barba levanta-se. No rosto, um lapso de decepção pelo desentendimento. Ora, e quem não se desentende hoje em dia?
- Amigo, perdão. Há muito não brigo com ninguém. Cansa ser pacífico.
- Talvez isto explique metade dos problemas do mundo – diz o segundo velhinho, sorriso de canto, voltando-se para o amigo.
O segundo velhinho coça a barba. Chegara o momento perfeito. Suspira profundamente e dá o cheque-mate:
- Sinto, amigo, que é hora de mudanças. Pois então, carteado?
10 comentários:
Muuito, legal!
Parabéns, se der passe no meu :
imaginemso.blogspot.com
hmm..
Se forem jogar buraco, ai a amizade acaba mesmo...
Beeeijos.
Ai, Sam! Esse texto me lembrou aquele curta do velhinho da Pixar, que passa antes de Vida de Inseto '-'
AUIEHEUIHEUIHI
Depois da Capricho você ficou mais famosa? :B
Xadrez é pura arte da guerra. Se desentender no meio de uma partida é até normal.
Hahaha
Beijo!
Realmente, às vezes cansa muito ser pacífico ! Mas eu prefiro assim, do que brigar com as pessoas ! Sou péssima em brigar.
lindo *-* eu acho qe já comentei aqui, não sei hm. Mas se eu não comentei ainda, vou dizer que eu amei seu blog pqe o nome dele é um trecho de música do Cazuza, e eu amo o Cazuza !
Enfim, adorei !
Beeijo ;*
Muito bommmmmmmmmmmmm
é ótimo o que vc escreve...
Parabéns...
Beijos...
Muuuuuuuito legal o texto, querida!
Bom final de semana.
Beijo.
Ser pacifico cansa,as vezes é necessário chutar um balde ou até mesmo falar umas verades!
Ser pacifico não é uma de minahs qualidades, admito ! hahaha .. Mas tento mudar isso :)
beijos
:*
Ainda bem que ele pediu esculpas e os dois se entenderam.
Postar um comentário