sábado, 20 de dezembro de 2008

Subjuntivo


Ei, você!

Não olhe para o outro lado, não disfarçe, é com você mesmo que eu estou falando. Quer ignorar ainda assim? Pois bem, ignore. Quando a verdade é muito grande, não queremos ouví-la, não é mesmo?

Eu sei que você está escutando música e tem a ilusão de que assim encobrirá minha voz. Talvez encubra mesmo, por agora; Mas será que poderá fugir sempre de sua consciência?

Você vive no subjuntivo: fizesse, pudesse, quisesse, falasse, imaginasse, parasse, continuasse...E sempre no passado. Tantas ações que você não praticou, tanto tempo perdido. E apenas uma palavra que reúna tudo. Arrependimento.

Por que você não age mais impulsivamente? A vida não é uma equação matemática a ser resolvida. A vida é um tabuleiro de xadrez. Depois de ter feito uma jogada, você não poderá voltar atrás. E é aí que você percebe que está em xeque, e que tem duas jogadas... Todo um "jogo" foi-se por água a baixo.

Lembra daquela moça? Era a mulher da sua vida. E você deixou ela ir, sem ter feito nada. Hesitação em correr um risco. Lembra daquele emprego, naquela cidade distante? Você poderia ter aceitado. Mas vieram as comodidades, os costumes, todas as frivolidades que você poderia ter deixado de lado. E não deixou.

Vê como o seu passado é imperfeito? Você parece calcular cada passo seu. Mas a vida não é regida por um raciocínio lógico. Nós vivemos à deriva, até tomarmos uma corrente certa. E parece que sempre que está para encontrar esta corrente, você foge como uma criança amedrontada por uma história feia.

Uma criança que nunca cresceu. Uma criança que sente um nó na garganta cada vez que tem de tomar uma decisão que afetará sua vida. Uma criança que ainda não percebeu que não é senhora de seu destino.

Ages com uma racionalidade excessiva. Vê o que esta racionalidade te fez? Você está aí: velho, cansado, moribundo, sem a quem recorrer. Acha que isso é ser independente? Meu Deus. Em tanto tempo, você não mudou nada!

Então fique aí, medindo o tempo e colecionando amarguras. E quando não tiver onde colocá-las, amarre numa trouxa e ponha sobre sua cabeça. Posso lhe garantir que seu peso será mil vezes inferior ao peso da tua consciência...

19 comentários:

Anônimo disse...

um texto super intrigante e acho que todo mundo se ve em pelo menos alguma parte dele, parabéns pelo post

Marcela disse...

Acho que todos nós nos encontramos, senão em todo, pelo menos em uma frase do texto.
Todos nós já deixamos de nos arriscar por causa da comodidade!

Lindo mesmo!
^^

;**

Dani Vieira disse...

Quem nunca teve seu momento "subjuntivo" que atire a primeira pedra.

Creio que quando a consciência pesa que a coragem aumenta e assim podemos ter um pouquinho mais de responsabilidade.(?)

;D

Beijos

Thelittlepieceofthehelforever

:P

João Esteves disse...

Isso era comigo!

Vim fazer uma visita retribuitiva, e seu post me pegou, de jeito.

Intrigante desde o primeiro bater de olhos, que faz o leitor por reflexo perguntar-se: "Será comigo?" Claro que é, tem mais alguém, aqui, lendo por sobre meu ombro?

Se tiver, é com esse alguém também, e com todos os demais leitores de todos os demais lugares aonde este post chegue pela blogosfera. E olha que vai longe, hein? Ela é poderosa.

Saborosa ficou sua brincadeira com aquelas velhas gramatiquices, suponho que deliberadamente (se não, o efeito é o mesmo, ótimo)rompidas no final, com mistura de tratamentos, tu e você.

V i a j e i !

Todos os cumprimentos pelo prazer voltar aqui me proporcionou.

Se for festejar estes dias, boas festas. Se não for, boas quaisquer outras coisas, tá?

Smack!

Fernanda disse...

Nossa...adorei o texto...
a gente as vezes se encontra em algumas situações por vc citadas...
gostei muuuito do blog e já te linkei=)

Joice Worm disse...

Obrigada pela visita, Sam.
Como dizem aqui os espanhóis: Aunque no tenga tiempo ahora... tenho obrigação que voltar para ler os seus escritos. Do pouco que li, já vi que pensas como eu.
Beijos, linda!

Natália Mylonas disse...

aAaah, briigaada . Mesmo, de ♥! eu sou mt racional quase sempre e presciso parar de pensar ...

Bjs e FELIZ NATAAAL

Barbara Góes disse...

pois eh, moça.. to meio sumidinha tb..
Espero que nessas férias minha criatividade flua melhor, hahaha

td bem aí no seu cantinho??

bjao

Teresa disse...

certos trechos parecem que se dirigem a mim. caramba!

=)

Camila disse...

nossa q empolgantee, qndo termineei keriia mais UHAHUAUH,
axeei um desafabo com raivaa!
me vii muito nelee hein,
ameeeeieii


bejoos

Anônimo disse...

Oi Sam, tudo bem?
Adorei seu blog e o indiquei para um meme, uma brincadeira de blogs. Caso vc não saiba o que é, eu explico melhor no meu blog. Dá uma olhadinha lá e se curtir passe adiante. :)

Beijos

Priscila disse...

Acho que no geral sou meio subjuntiva sim, mas agora tenho praticado os termos: impulso, salto ou uma coisa mais Zeca Pagodinho: deixar a vida me levar xD

Tentativas Poemáticas disse...

Querida amiguinha
Muito obrigado pela sua amizade.
Mil beijinhos.
António

Tyler Bazz disse...

Forte....

Tatah Marley's Confissões disse...

me vi em VARIAS partes deste texto!
Na verdade, nele basicamente todo.
:x
adorei flor!
beijinhos!
feliz natal!
;*

Anônimo disse...

Muito obrigada pelos elogios^^
A porta de minha casa estará sempre aberta!
PS: vou te linkar tb~
=D

Unknown disse...

muito bom menina...
adorei o texto...
e vc, ainda contando os dias pro love chegar???
o Di ainda demora mais uns 10 dias ou mais... nossa...
como se sobrevive???
como disse bem dito Vinícius:
"são demais os perigos dessa vida para quem tem paixão..."
bjusss

Unknown disse...

Boas festas!

Beijão!

Du disse...

incrivel seu post
desculpa comentar em uma postagem tão antiga mas ela me prendeu ao pc

abraço