domingo, 17 de maio de 2009

Vem!

A primeira estrela já apareceu. Pequena pra uns, gigante pra outros. Corre comigo? É tarde, mas a rua já esvaziou. Moço bonito, de olhar ufano. Mil facetas de si mesmo. Da sua jornada errante, me acertou.

O devaneio continua. Achei graça de você achar graça em mim. Moça bonita do laço de fita. Solta feito aquela fita. No mundo, em mim. E, agora, em ti. Teus olhos têm um quê de familiaridade que nunca entendi. Aconchegantes. Quentes. Olhos de verão. Ciganos. Não oblíquos e dissimulados. Não quero ser Bentinho. E livrai-me de que sejas Capitu. Quero a margem de um rio límpido. Sem perder tempo. Sem os crimes que não são cometidos. Porque não há.

Você me perguntou que horas são. É hora de alomorfia. De tirar passividade e vestir verdade. Levantar os nossos pilares. Há muito que se construir e pouca gente para fazê-lo. Olha, a rua está deserta. E meus pés andam sozinhos. Coisa de criança. Paralelepípedo atrás de paralelepípedo, sou pedra nas ruas da minha São Paulo-Pasárgada.

Não preciso de rei quando quero o mundo. Pradarias, nuvens, brisa leve no rosto e coração aventureiro. Tenho quem quiser me acompanhar na jornada mundana. Dos banhos de mar, mãe d'água vem me desencorajar. Raios de sol me bastam. Das desventuras, milhares de causos pra contar. Eu quero mais é desbravar. Sair sem aspirina e destino.

Vem comigo. A noite já vai terminar. Aquela estrela definha, porque morre a cada vez que desponta no horizonte. Não faz morrer nosso lirismo, moço bonito. E agora corre, porque o Sol nasce junto com a incerteza.

7 comentários:

Louise Mira disse...

háá espertinha, já sei o nome do moço! ^^

gostei!

João Bertonie disse...

Lindo, Sam. O nome dele aparecendo assim, tuas palavras carregadas de sentimentalismo. Lindo. Puro poema.
Minha vegetariana favorita, HAHA'




beigos mil

Thaís A. disse...

NOSSA, QUE VOCBULÁRIO, MEU DEUS!
HÁÁ, eu também se-ei :B

Anônimo disse...

ótimo post... huhuhu vc sempre escreve muito bem

Jaya Magalhães disse...

Gabrieeeeeeeeel!

Prontofalei. Gabrieeeeeel. Haha. Gabriel, leia esse texto pelamor. Que ganhar o coração de uma mina que escreve assim, é coisa para rarosraríssimos. õ/

Amei, Sam, o texto. A maneira como você brincou com as palavras, como se elas fossem fantoches recheados em poesia. Ficou tudo tão... tão! Eu li duuuuas vezes, tendeu? Duas, pra me certificar de não ter perdido nadanadinha.

Olhos de cigana é tudibão, cara! Rs. [Sem obliquidade e dissimulação, sim - e eu amo esse livro].

Tô abrindo janela pra você, lá no meu canto. Gostei de espiar. E de tudo. Da tua escrita, do layout, do teu gosto... [Adoro quando o mundo de blog me joga gente como você, no caminho].

Brigada pela visita, frô.

Beeeijos. Muitos beijos!

Nathália Monte ;D disse...

"Achei graça de você achar graça em mim." lindo demais..hahaha
poxa esse texto esta a minha cara..kkk
beijoO

Vini Manfio disse...

parece érico veríssimo em Clarissa


gostei