Insônia. Nem dormindo, nem acordado. Semi-estado vegetativo. Fechar os olhos por um pouco de sono. Angustiar-se com o barulho dos ponteiros do relógio, nesse tictactictac que soa desesperado.
Tempo é um desespero. É medir vida, é cortá-la em pequenas porções para caber em pacotes de tamanhos pré-estabelecidos. E se não couber, oras, não deu tempo. Tanta gente que vive aprisionada dentro dum relógio!
Mas sou teimosa. Fecho os olhos, incomodada pelo peso das minhas próprias pálpebras. É aqui que os devaneios começam. A memória resolve brincar de cineasta. Vasculha minhas lembranças, muitas daquelas que guardo e esqueço onde coloquei, e se põe a rodar bobinas de filmes, trocando projeções de tantas cenas-dias que perde-se a noção do hoje e do ontem, da ampulheta que viraram de ponta-cabeça quando nascemos.
Segundos são minutos; minutos, horas. O Tempo, esse senhor das gentes, completamente desarmado. Impotente. O que poderia fazer, num mundo inconsciente em que os sonhos regem os pensamentos?
A memória, menina travessa, se faz de artista. Cria personagens feitos dos rostos vazios do ônibus, ensaia peças de teatro sobre como a humanidade esqueceu-se de si, musifica risos, versa sorrisos, joga chuva para desmanchar cabelos, faz a moça distraída escorregar na poça d'água e segurar num rapaz até então alheio... Esse romanceamento do amor cotidiano acontece a cada noite, numa parte de mim que não detenho controle. Enquanto estou insone, minha mente complica o que é tão simples.
Talvez eu precise apenas de um pouco de sono. Ou de um trago do teu cigarro, pra deixar seu gosto nos meus lábios, mais uma vez.
Tempo é um desespero. É medir vida, é cortá-la em pequenas porções para caber em pacotes de tamanhos pré-estabelecidos. E se não couber, oras, não deu tempo. Tanta gente que vive aprisionada dentro dum relógio!
Mas sou teimosa. Fecho os olhos, incomodada pelo peso das minhas próprias pálpebras. É aqui que os devaneios começam. A memória resolve brincar de cineasta. Vasculha minhas lembranças, muitas daquelas que guardo e esqueço onde coloquei, e se põe a rodar bobinas de filmes, trocando projeções de tantas cenas-dias que perde-se a noção do hoje e do ontem, da ampulheta que viraram de ponta-cabeça quando nascemos.
Segundos são minutos; minutos, horas. O Tempo, esse senhor das gentes, completamente desarmado. Impotente. O que poderia fazer, num mundo inconsciente em que os sonhos regem os pensamentos?
A memória, menina travessa, se faz de artista. Cria personagens feitos dos rostos vazios do ônibus, ensaia peças de teatro sobre como a humanidade esqueceu-se de si, musifica risos, versa sorrisos, joga chuva para desmanchar cabelos, faz a moça distraída escorregar na poça d'água e segurar num rapaz até então alheio... Esse romanceamento do amor cotidiano acontece a cada noite, numa parte de mim que não detenho controle. Enquanto estou insone, minha mente complica o que é tão simples.
Talvez eu precise apenas de um pouco de sono. Ou de um trago do teu cigarro, pra deixar seu gosto nos meus lábios, mais uma vez.
12 comentários:
de fato querida,
tempo é desespero.
Adorei seu texto, beijos.
A insônia tbm me causa desvaneios,o tempo demora a passar enquanto nossa mente brinca com o que não aconteceu. Amei seu texto
Vamos acordar e esquecer o tempo!
Não feche os olhos, abra e perceba , veja que aqui o tempo é desmedido, o tempo não existe, o que existe é apenas o viver, o natural, o Eu com Você! Criar personagens é um passatempo e então o tempo vence novamente! Você deve se abrir para o real, o Eu-real que está aqui, mais uma vez e outras, e outras e outras...
Ah...
Tem momentos que nossa mente brinca com tantas coisas...
Belo texto!!!
Bjs
Vc é densa, menina! Muito densa!!!
Nem msm Freud, em seus inumeros livros, soube retratar tão suavemente, como vc o faz em seus textos, os devaneios que cercam nosso incosciente Excelente!!!
Estou ausente... Eu sei... É excesso de trabalho... Mas estou acompanhando! Juro que estou! Na internet do celular, escondida... Só não tenho tido tempo para comentar!
Beijos :*
nossa! adorei!
Isonia é sempre um desespero.
adorei, adorei mesmo.
*-*
^^
Muito bom texto. A insônia faz a gente brigar com o tempo, o teimoso que não corre quando a gente mais precisa.
Ultimamente tenho sido visitado pela insônia diversas noites, e minha cabeça teima em repassar fatos como se fossem filmes, flashes daquilo que vivi e reinventa o que deveria ter sido.
Eu sempre gostei dos seus textos, sempre os achei bem-estruturados, sempre me deixaram um gosto depois de os ler. Esse deixou algo diferente, mais forte, um prazer a mais! Continue assim, você escreve muito! \o/
http://entrepalavrasenotas.blogspot.com
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