"Eu vou levando tudo de mim, que é pra não ter razão pra chorar"
Perdeu o sentido, encolheu a razão. O externo desbotava calmamente, sem pressa de despedir das cores. Um ínfimo instante de desespero seu, de tantos aprisionados no pretérito imperfeito. Sentou - como se finalmente chegasse ao fundo de si -, no banco da praça.
O medo sentou ao seu lado. E agora, menina? Você não diz que consegue lidar com o que aparece? Qual é o problema agora?
Abriu o livro, tentando distrair-se de si. Olhou em volta, querendo fugir; tanta gente sorrindo, gritando. Feliz fosse uma outra história - e que história! - desses personagens que criava para correr do ócio. Talvez ela fosse também um personagem, duma outra história. Podia ser que isto fosse apenas um parágrafo infeliz.
Fechou o livro, do mesmo modo que fechara a si. Turbilhões de frases, vozes, momentos; um rosto. Olhos cerrados, língua presa em um aperto involuntário dos lábios. Aperte-se, menina! Você sabe o que fazer.
Haviam risadas demais à sua volta, algumas estrondosas. Estrondo talvez definisse aquele instante; risada poderia ser um futuro, um tanto distante.
O dia seguinte seria agitado. Esta notícia poderia causar tanto furor que decidiu permanecer quieta. Decisões estão certas sem opiniões de terceiros. E tudo o que aquele momento menos pedia era uma terceira opinião.
Entardecera, sem que visse. Aconchegou no banco, pra ver o sol se pôr. O fim do dia era tão bonito! O laranja unindo-se ao acizentado dos dias, infiltrando-se nas nuvens espaçadas, perdendo-se na imensidão do gigante incandescente. Começo demorava tanto para ser pronunciado... Fim era mais simples. Como o fim de um dia longo, ora laranja, hora cinza, até que os dois se fundissem neste crepúsculo.
Escureceu. Perdera sua tarde toda sentada no banco da praça.
O medo sentou ao seu lado. E agora, menina? Você não diz que consegue lidar com o que aparece? Qual é o problema agora?
Abriu o livro, tentando distrair-se de si. Olhou em volta, querendo fugir; tanta gente sorrindo, gritando. Feliz fosse uma outra história - e que história! - desses personagens que criava para correr do ócio. Talvez ela fosse também um personagem, duma outra história. Podia ser que isto fosse apenas um parágrafo infeliz.
Fechou o livro, do mesmo modo que fechara a si. Turbilhões de frases, vozes, momentos; um rosto. Olhos cerrados, língua presa em um aperto involuntário dos lábios. Aperte-se, menina! Você sabe o que fazer.
Haviam risadas demais à sua volta, algumas estrondosas. Estrondo talvez definisse aquele instante; risada poderia ser um futuro, um tanto distante.
O dia seguinte seria agitado. Esta notícia poderia causar tanto furor que decidiu permanecer quieta. Decisões estão certas sem opiniões de terceiros. E tudo o que aquele momento menos pedia era uma terceira opinião.
Entardecera, sem que visse. Aconchegou no banco, pra ver o sol se pôr. O fim do dia era tão bonito! O laranja unindo-se ao acizentado dos dias, infiltrando-se nas nuvens espaçadas, perdendo-se na imensidão do gigante incandescente. Começo demorava tanto para ser pronunciado... Fim era mais simples. Como o fim de um dia longo, ora laranja, hora cinza, até que os dois se fundissem neste crepúsculo.
Escureceu. Perdera sua tarde toda sentada no banco da praça.
10 comentários:
Mas isso me soou tãão pessoal!
hehe.
Mas é verdade, as vezes, apenas com uma bonita paisagem, ou a chegada da noite, acalma nossos animos.
Não sei pra ti, mas pra mim, a Lua tem um poder de iluminar-me que não tens noção, ehhe.
Beeeijos.
Por pouco pude ver a cena, sentir e ali estar.
samia,
meu blog faz seis meses hj e vc está entre os meus blogs preferidos.
passa lá pra cantar parabéns
bj
Texto perturbador, com um desfecho que deu "aquela" paz!
Teus textos me tocam, Sam.
Sério, até nem sei o que falar.
beijos!
Voce escreve de um jeito unico que faz com que nos sintamos dentro de seus personagens, e eu amo esse teu jeito de escrever!
Beijos Sam!
Teus textos me tocam, Sam.
Sério, até nem sei o que falar. [2]
Só sei que imaginei a cena. Me imaginei vivenciando e sentindo tudo isso.
Ah, Sam, sou tua fã.
Beijo.
tem selinho pra vc no meu blog:
http://lu-conegero.blogspot.com/
Oi,adorei seu blog !
Gostaria de saber se você pode colocar um selo do meu blog no seu blog ppara me divulgar?
PS:me siga
:D
Que lindo, juro Sam.
'Fechou o livro, do mesmo modo que fechara a si.'
Saudades *--*
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